Um Olhar Além Do Olhar

 Proposta: Trabalhar a linguagem informal e formal. Gianfrancesco Guarnieri usa em seu texto a linguagem informal. O objetivo primeiro é reescrever o texto usando a linguagem formal; gravar e editar as duas versões no Audacity e editar; descrever Tião e Maria do texto original; e para concluir, escrever uma pequena carta que Tião redigiria para tentar fazer as pazes com ela, já que os ciúmes de Maria fizeram com que ela brigasse com Tião.

 

Excerto do livro Black-tie Maria  (sorrindo) – Tu gosta de eu? Tião – Ô dengosa, eu sem tu não era nada... Maria – Bobagem, namorado como tu era... Tião – Tudo passou! Maria – Pensa que eu não sei? Todas elas miando: “Tiãozinho pra cá, Tiãozinho  pra lá...” (abraçando-o) Mas eu roubei ‘ocê pra mim! Tião – Todo eu! Maria (fazendo bico) – Fingido! Tião – Palavra, dengosa. (GUARNIERI, Gianfrancesco. Eles não usam Black-tie. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1987)

Excerto do livro Black-tie  (adaptado) – uso da linguagem formal Maria (sorrindo) – O cavalheiro sente algo pela minha pessoa? Tião – Claro senhorita, eu não existiria sem você... Maria – Exagero... o cavalheiro sempre foi namorador. Tião – Tudo isso ficou no passado! Maria – Pensas que eu não sei? Todas aquelas moçoilas falando: “Tiãozinho para cá, Tiãozinho para lá...” (abraçando-o) Mas, sou eu quem o tenho! Tião – E o tem inteiramente! Maria (fazendo bico) – Galanteador! Tião – É sincero, senhorita. (Adaptado por: Guilherme Zanatta e Joana Somensi. Concórdia – SC. CNEC, 2011

 

Descrição de Tião e Maria

Tião quando passa em cima de sua carroça, chama atenção. Todos param de fazer seus deveres para observá-lo. É um homem caipira, com rosto comum, adora seu bigode e vive com capim na boca e chapéu de palha o que lhe dá um toque de cafajeste a sua imagem. Suas roupas são simples, camisa xadrez e calça desbotada. Como anda pelas lavouras usa botas sete léguas. Apesar de ser um caipora simples, é muito vaidoso. Ah!, é ciumento, mas não tanto quanto Maria. É apaixonadíssimo por Maria. Batalha por todos os seus objetivos. Muito rígido em todos os sentidos. Quer ter dinheiro sem muito esforço e não se importa com a opinião dos outros.

Já Maria, se importa com a opinião dos outros, inclusive sobre a sua aparência. Apesar de morar no interior, gosta que a chamem de madame, e não de caipira. Extremamente ciumenta. Quando ela usa seus vestidos florais e suas sapatilhas também florais para combinar com o vestido, acha que esta arrasando, mas na verdade, transforma-se em uma caipira cafona. É loira e de cabelos cacheados, porém os mantém amarrado com marias-chiquinhas. Extrovertida, vaidosa e ambiciosa, almeja ter a amizade de todos e ser muita famosa. Não trabalha, é sustentada pelos pais, e, além disso, deve em todas as “lojas” por comprar roupas que pensa que estão na moda e que na verdade são feias, mas que para ela são as mais elegantes. Apesar do jeito caipira de ser, é uma mulher carente, mimada e carinhosa. Os dois se gostam muito, e lá no mundinho deles são muito felizes.

Por: Giulia Fiametti e Laura Pierozan

Carta escrita por Tião para tentar se reconciliar com Maria

Sertãozinho, 27 de maio de 2011.

Dengosa, ô minha dengosinha! 

Eu inté tentei te esquecer, mas não consigo. Que sinto por ocê é muito forte, dengosa. Ocê é o ouro que saiu do pé de fejão que nois prantemo, o pila que caiu do meu céu. Perdoe o seu Tiãozinho e esqueça tudo.

Sem ocê, não teria mais vontade de vivê, porque ocê é minha razão de vivê. Sem ocê num tenho nem vontade de trabaiá. O cumê faltaria na mesa.

Por ti eu galopava o sertão inteiro, só pra ti busca e ti faze filiz. Desculpa eu e volta pra eu Mariazinha, te preciso.

Pra sempre, todo teu...

Tiãozinho.