Já era junho... o tempo tinha passado tão rápido. Era para ser um final de semana normal como qualquer outro, mas a saudade falou mais alto. Não aguentava mais, precisava ir visitar meus pais. Era necessário o abraço da minha mãe e a segurança que meu pai me passava... E então fui.
Agora tudo parecia diferente, eu olhava aquela cidade por outro ângulo. E quando percebi estava sentada, sozinha, em um dos bancos do trapiche, com um olhar distante, que envolvia muitos sentimentos... Vendo o pôr-do-sol, aquelas madeiras retangulares longilíneas, que iam, e parecia não ter fim... Quando olhava fixamente para o “parapeito”, a maré parecia me levar, como se eu estivesse em um barco.
Ali fiquei por um longo tempo, apenas pensando em tudo que estava acontecendo. Aconteceu tudo tão rápido, parecia que o “mundo” tinha caído sobre minha cabeça. São coisas que acontecem de uma hora para outra, que muitas vezes você parece não acreditar e outras tantas não quer acreditar. Se fosse somar tudo, não sei... Era um recomeço.
Enquanto ficava pensando, sentia felicidade e tristeza ao mesmo tempo. Às vezes raiva, não sei. Estava sendo uma nova experiência para mim, uma nova rotina...
Quando temos hábitos, é difícil mudá-los. Temos medo das mudanças e do desconhecido. Muitas vezes não temos escolhas, e, olhar para o infinito, para “aquele” infinito, muitas coisas se explicaram. Não que tenham sido digeridas, nem que tenham descido redondas na minha garganta, mas era necessário uma reflexão sobre o NOVO.
Naquele momento era eu, o mar, o barulho da água e dos pássaros a me cercar, como que entoando uma sinfonia para diminuir minhas angústias, somar as alegrias, multiplicar a confiança e compartilhar (dividir) minhas conquistas decorrentes desta nova fase.
Saí de lá renovada, depois de muitas análises emocionais e físicas, relembrei que não importa onde estamos, mas sim, como estamos, e se estamos bem, podemos ir muito além do horizonte.Por: Camila Zucchi Battistella
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