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Paciência...


 Qualidade do que é paciente; virtude que consiste em suportar os dissabores e infelicidades; resignação. Capacidade de persistir em uma atividade difícil, suportando incômodos e dificuldades; constância, perseverança. Calma para esperar o que tarda. São essas as significações designadas pelo dicionário à palavra paciência. A ciência da paz.
Ciência? Como podemos definir paciência como ciência? Ela não é inerente a cada um, de forma individual, única? Como medir a paciência? É muito fácil termos paciência quando tudo está bem, manter o equilíbrio e a calma quando tudo está tranquilo. É simples manter o bom humor quando tudo flui naturalmente. Mas esta, que por algum motivo é chamada de ciência da paz nos é colocada a prova quando tudo que está ao nosso redor parece desabar. Aí sim... Se for ciência mesmo, ela é comprovada, é só agir conforme a fórmula designada. E se não for? Como mantê-la? Como equilibrá-la?
Exercício complicado esse da paciência... Fácil de se falar, difícil de se colocar em prática. Até lutamos para exercitá-lo, e como!!!! Sou persistente neste quesito. No dia a dia chegamos a perceber a força verdadeira de um ser humano paciente, quando ele coloca em prática todos os seus conhecimentos através da paciência, com suas atitudes e, principalmente, em relação às atitudes dos outros. Compreendendo, colaborando, colocando-se no lugar do outro. E será que no momento de ira, a pessoa consegue se lembrar de compreender, colaborar, colocar-se no lugar do outro? É, parece que temos aí, mais práticas difíceis... mas, continuamos tentando, persistindo. E eu lhes digo, este árduo exercício deve começar com seu interior... Este é o caminho...
Na impaciência percebemos que tudo se perde, aliás, nada se possui... Perde-se a razão, perde-se amigos, perde-se oportunidades, caminhos se fecham, e tudo isso, parece que tende A acontecer principalmente com os que mais amamos, os que sempre consideramos mais pacientes que nós mesmos... ou quem sabe, mais tolerantes as nossas atitudes de impaciência, os que verdadeiramente nos toleram. Tolerar, está aí uma palavra para ser pensada com mais atenção. Até acho que é esta a que se pratica diariamente. Tolera-se isso, tolera-se aquilo... e assim vamos camuflando a paciência.
Precisamos dobrar os joelhos à vida com paciência para percebermos que a paciência está e acontece quando conseguimos ter silêncio interior, mesmo que nem sempre bem compreendida. Precisamos conciliar tudo isso, a algo que é essencial: a fala com a prática, pois a verdadeira ciência da paz está na verdadeira entrega, doação e exemplo.
E enquanto não conseguimos colocar tudo isso na prática, seguimos por aqui entoando a belíssima canção de Lenine: Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma; Até quando o corpo pede um pouco mais de alma; A vida não para... a vida não para não... É, não para mesmo... e incrivelmente ele continua: Enquanto todo mundo espera a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal... Eu finjo ter paciência... O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo, e o mundo espera de nós... Um pouco mais de paciência...
Por: Gislaine Winter – Diretora CNEC - Concórdia

Um comentário:

  1. Como já bem disse o escritor Arnaldo Jabor: “Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia”. Eu com certeza seria uma delas... Porque vamos combinar: como não a perdê-la em determinados momentos? Bom seria se conseguíssemos nos momentos de maior irritabilidade manter o equilíbrio, elemento essencial para colocarmos em prática a paciência, esta que é a maior das virtudes e a mais difícil de ser alcançada...
    Gisa, parabéns pelas palavras tão bem discorridas sobre a paciência. Seu texto remete-nos a uma reflexão sobre nossas atitudes no dia a dia, e principalmente, instiga-nos, desafia-nos a exercitá-la. Tarefa difícil, talvez por isso que muitos buscam a “paciência sintética”.
    Oxalá nós não precisemos desta “paciência sintética”....
    Abraços,
    Prof. Rosane

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