De um certo ângulo...

Hoje acordei com uma sensação estranha, não sei definir ainda o que estava sentindo. Olhei para o relógio, os números pareciam desordenados, então resolvi levantar, pois queria entender o que estava acontecendo.

Na pequena área do meu quarto tudo parecia tão diferente, cheguei a pensar que tinha enlouquecido. Resolvi abrir a janela e olhar a paisagem. Ao abri-la senti roçar em minha face um vento gelado, a sensação térmica era de graus negativos. 
Observei que o sol não tinha dado as caras e o dia estava cinza. Olhei para a imensidão que se formava e daquele ângulo, via somente um número infinito de casas e edifícios. Alguns retangulares, outros mais modernos, e via também casas de diversas cores. Porém um fato chamou minha atenção: as janelas, estas que quebram a barreira da visão são na sua maioria, praticamente 100% de mesma forma... quadrangulares.

Fiquei pensando: quem padronizou este tipo de janela? Por que não criamos janelas com outras formas geométricas? Por que não triangulares ou em forma de círculos? Será que não tornaria nossas habitações mais interessantes? Não sei, acho que estou filosofando demais, afinal, por que implicar com isso, quando há muito mais a se pensar.

Por falar em pensar, meu pensamento imediatamente voa para outro lugar, para outros polêmicos assuntos... a quantidade de poluição que todos os dias são lançadas no ar; às vezes não nos damos conta de toda fumaça que fica sobre nossa cidade, o volume de dejetos jogado em nosso rio, a quantidade de área devastada em nome do progresso, o lixo a céu aberto e tantos outros problemas que nem preciso enumerar.

Acho que estou começando a entender por que estou tão diferente... Hoje é inicio de um feriadão e minha rotina foi quebrada. Nada de subir e descer escadas, atender telefone, agendar tarefas ou ir para a escola. Preciso somente relaxar e curtir estas horas, minutos e segundos que vão diminuindo e eu volto a ter certeza de que logo retornarei à rotina... E tudo recomeçará...

Por: Isaac Balbinot